Roteiro do Património de Sortelha

 

 


Sortelha fica localizada no concelho do Sabugal, entre Belmonte e a sede concelhia. Situa-se num esporão granítico dominante, entre o cabeço de São Cornélio e a Serra da Opa, a uma altitude máxima de 786 m.

A sua privilegiada localização resulta de uma escolha estratégica no intuito de dominar todo o espaço envolvente e, deste modo, vigiar e prevenir as invasões inimigas. De facto, Sortelha está localizada numa zona raiana, a cerca de 45 quilómetros da Espanha. O topónimo da povoação está envolto nalguma controvérsia. Segundo alguns autores a denominação deriva, eventualmente, de um anel, Sortija ou Sorteia, utilizado num jogo medieval, no qual os cavaleiros tentavam enfiar a sua lança. Para Viterbo, linguista, Sortel é um anel de pedras com poderes especiais, semelhante ao anel das feiticeiras. Por outro lado, este significado poderá estar relacionado com o formato circular / ovalado do aglomerado urbano.

Para o arqueólogo Marcos Osório, o topónimo poderá derivar da palavra medieval Sorte, pequena parcela agrícola, uma vez que a explicação relativa ao anel não surge nos documentos mais antigos. O facto de os terrenos de Sortelha não serem muito férteis poderá ter originado a denominação Sorticula, sorte pequena.

A malha urbana foi construída por forma a adaptar-se à irregularidade do terreno. Entre as suas particularidades destacamos o fraco número de construções, poucos edifícios monumentais, a planta oval das muralhas do castelo e escassos adossamentos à muralha.

 

O espaço intramuros organiza-se em torno de um eixo principal, a Rua da Fonte e a Rua Direita, que ligam a Porta da Vila à Porta Nova. Salientam-se dois espaços fundamentais, o Largo do Corro e o Largo do Pelourinho.


As habitações do interior das muralhas são tipicamente beirãs, havendo uma distinção funcional entre os dois pisos que as compõem e um balcão ou escada com patamar. O alpendre é raro.

A vila desenvolveu-se a partir de uma ocupação que teve início no século XII-XIII, possivelmente a partir de 1181, época em que D. Sancho I promove o repovoamento. D. Sancho II outorga foral em 1228 e promove a edificação do castelo. Neste documento eram mencionadas as condições de vivência neste local, que visavam fixar as populações por forma a defenderem esta zona raiana.

 

 

Ao longo dos séculos a estrutura defensiva da povoação sofreu reparações: no século XIII com D. Dinis, em finais do século XIV com D. Fernando e em 1510 com D. Manuel I, que lhe confirmou foral e construiu o Pelourinho.

Apresentando as armas reais, este situa-se dentro do núcleo intramuros, no Largo do Pelourinho, no sopé do castelo, perto da Antiga Casa da Câmara e Cadeia. Corresponde a um pelourinho manuelino de tabuleiro, semelhante ao pelourinho de Valhelhas e ao de Vila Nova de Foz Côa. Exibe seis degraus octogonais. A coluna não possui base e o capitel é canelado, com secção circular. Sobre este existe uma peça em forma de losango, com lados curvos. O remate é efetuado em tabuleiro, originando uma forma de secção circular, devido à sobreposição de anéis em forma crescente, onde assentam quatro colunelos. No topo encontra-se uma esfera armilar, alongada, atravessada por um espigão em ferro.


O Castelo está classificado como Monumento Nacional, desde 1910. A sua situação geográfica permite-lhe um controlo do vale. É possível que no local existisse um castro pré-romano. Na Idade Média o repovoamento da zona ocorre no século XII com D. Sancho I e em 1228 D. Sancho II outorgou-lhe foral e foi nesta época que terá sido construído o castelo. Corresponde a um castelo roqueiro românico-gótico, com intervenção pontual do manuelino. As muralhas foram construídas tendo por base a técnica de construção que consistia no levantamento de duas paredes fortes e paralelas, que eram seguidamente cheias com pedra grossa e gravilha.

 


A cidadela fica fora do perímetro amuralhado, a sul deste, com uma torre de menagem, de planta quadrada, no centro do recinto. Exibe apenas uma abertura a sul (portal de arco de volta perfeita), três seteiras e merlões retangulares. Possui ainda duas portas: a Porta do Castelo e a Porta Falsa. A primeira apresenta balcão mata-cães e, ao lado, as armas reais de D. Manuel I com esferas armilares. Tradicionalmente este balcão é apelidado de Varanda de Pilatos. O perímetro amuralhado da vila apresenta um traçado ovalado irregular. A muralha assenta, em vários locais, diretamente no afloramento rochoso e não possui merlões. Apresenta quatro portas que permitiam fazer a ligação com o exterior: Porta da Vila ou Porta do Concelho, Porta Nova, Porta Falsa e outra Porta Falsa junto ao castelo. Existe ainda uma outra torre, a Torre do Facho, de planta quadrada, desprovida de vãos.


Entre as particularidades do castelo destacamos a ausência de merlões nas muralhas, o torreão de planta circular sobre o adarve, portas com arco quebrado, outras de volta perfeita e a "vara" ou "côvado" (medidas padrão) na Porta Nova. Estas antigas medidas medievais, a "vara" e o "côvado", foram aí mandadas colocar pelo rei. Tinham como função servir de marcas de aferição para as feiras que aqui se realizavam.


Na Época Moderna (séculos XVII-XVIII) começou a desenvolver-se o arrabalde exterior à povoação, inicialmente no seguimento da saída que ligava ao Sabugal. Posteriormente disseminou-se pelas vertentes e foi-se afastando das muralhas. Desenvolve-se relativamente distante do núcleo amuralhado e é caracterizado sobretudo por solares.
As tropas napoleónicas passaram por Sortelha e, na sequência dos combates que aqui travaram, dinamitaram parte da muralha do castelo. Assim, se estivermos localizados no Largo do Corro voltados para a Porta da Vila é possível observar à esquerda desta uma parte da muralha recentemente reconstruída.
Sortelha foi sede de concelho até 4 de Outubro de 1885.
Em termos de património religioso edificado encontramos em Sortelha alguns Passos da Via Sacra, a Igreja Matriz, a Capela de São Sebastião, a Capela de Santiago e as Ruínas da Igreja da Misericórdia / Igreja de Santa Rita ou São João.

 

No século XVIII, mais especificamente em 1742, foram edificados Passos da Via Sacra com motivos decorativos de influência barroca: nicho de lintel reto, coroamento com volutas, rosetas, triângulos e lintel saliente, muito semelhante a uma cornija.


O conjunto é constituído por cinco passos, semelhantes entre si, espalhados pela povoação, sempre adossados a paredes: a Capela de São Sebastião, pano de muralha na Porta da Vila, entrada do castelo no Largo do Pelourinho, cabeceira da Igreja Matriz e outro junto à Porta Falsa, na Rua da Mesquita. 

 

 

 

A Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora das Neves, fica localizada no Largo da Igreja, dentro do perímetro amuralhado. Inclui, para além da igreja, a torre sineira, um passo da via sacra e algumas sepulturas escavadas na rocha.


Embora o que hoje podemos observar corresponda a uma igreja renascentista, a sua construção poderá datar do século XVI. No portal possui a data de "1573". Foi Vigaria do padroado real e Comenda da Ordem de Cristo. Ao longo dos séculos sofreu profundas alterações. Possui uma planta longitudinal, uma única nave, cornija e gárgulas de canhão. O portal principal é caracterizado por arco pleno, pilastras caneladas, capitel de inspiração jónica e esferas armilares.

No interior da capela-mor podemos observar um teto mudéjar. Saliente-se, ainda, o púlpito renascentista, retábulos de estilo renascentista, maneirista, nacional e joanino, um baixo-relevo na fachada principal e a pia batismal assente sobre três degraus. Na parede lateral da capela-mor existe uma imagem gótica de Nossa Senhora das Neves com o menino ao colo. A cabeça desta imagem foi decepada, segundo diz a lenda, por um soldado napoleónico que se queria certificar se a imagem seria de ouro.


Datada do século XVI, a Capela de São Sebastião encontra-se isolada no caminho entre o arrabalde e o núcleo amuralhado, na antiga calçada medieval. Templo de planta longitudinal simples, apresenta na fachada principal um portal em arco pleno, com impostas salientes. As restantes fachadas não apresentam aberturas, à exceção da pequena fresta existente na fachada sul. No seu interior podemos observar um retábulo eclético, em talha pintada e o pavimento e o teto forrados a madeira. Na fachada principal encontra-se adossado um passo da Via Sacra e uma alminha.

A Capela de Santiago é um exemplar do século XVI (atribuição conjetural) e apresenta planta longitudinal simples, portal em arco pleno e retábulo composto por fragmentos de talha dourada de influência renascentista: duas colunas salomónicas, decoração vegeta lista e cabeças de anjo.


A Igreja da Misericórdia, ou Igreja de Santa Rita ou de São João, é uma edificação do século XIV e fica localizada fora do perímetro amuralhado, junto à Porta Nova da Vila, próxima do antigo Hospital da Misericórdia, da Capela de Santiago e de um troço de calçada medieval.


Apresenta uma planta longitudinal, nave única e retangular. O portal principal é em arco abatido, encimado por duas janelas de lintel reto. O arco triunfal é de volta inteira. Atualmente não possui cobertura. Encontra-se em ruína, mas é possível verificar a base do púlpito decorada com voluta e motivo antropomórfico medieval.
Sabemos que em 1320 foi taxada em 70 libras, como Igreja de São João.

A Igreja da Misericórdia foi transferida para este edifício em 1626. A atribuição do nome de Santa Rita a este templo relaciona-se, possivelmente, com a grande devoção da população a esta santa e a existência de uma imagem da mesma num dos altares da igreja.

O Antigo Hospital da Misericórdia situa-se no Largo de Santa Rita, perto da Porta Nova da Vila. A sua construção remonta ao século XVI, embora alguns autores coloquem a possibilidade de, em época medieval, ter funcionado como gafaria ou hospício de Santiago. Corresponde a um edifício térreo, de planta retangular e apresenta vãos de lintel reto sem moldura saliente. É constituído por quatro construções ligadas entre si.
Da Porta Nova, no exterior das muralhas, junto do conjunto constituído pelo Antigo Hospital da Misericórdia, a Igreja da Misericórdia e a Capela de Santiago, sai um troço de calçada medieval, com cerca de 30 metros de extensão e com uma largura de 5 metros. A pavimentação deste troço foi efetuada com blocos de granito regulares. A sua construção é atribuída ao século XIII-XIV, estando relacionada com a construção do pano de muralhas e dando acesso à Porta Nova da Vila.
Em Sortelha existem vários edifícios que, quer pela sua função, beleza ou antiguidade, merecem uma especial atenção.

No Largo do Corro, no espaço intramuros, observa-se o seguinte património: Casa Um, Casa dos Falcões e Casa Setecentista.

A Casa Um data presumivelmente do século XIII, datação apoiada na fresta medieval e no facto de ter pertencido aos Ferreira Ferraz, antigos alcaides de Sortelha. Embora o edifício não possua nenhum elemento medieval comprovado, a data possível da construção corresponde aos séculos XVI-XVIII. Possui influências vernaculares e classicistas. Apresenta diferenciação entre os dois pisos, uma escada exterior adossada à casa contígua e vãos de lintel reto, sendo que apenas uma janela possui moldura saliente lisa. O nome do edifício advém de uma inscrição que possui numa das portas de nível térreo.

A Casa Setecentista, localizada em frente à fonte de mergulho, próximo da Casa do Escrivão e da Casa Um, corresponde a uma habitação do século XVIII, com remodelações em 1747, data epigrafada no lintel da janela de sacada. Edifício com três pisos, de planta trapezoidal e uma janela de sacada externa, apresenta um óculo circular no alçado lateral.

Edifício do século XVI, localizado em frente à fonte de mergulho, a Casa dos Falcões, com remodelações no século XVIII, sofreu influências vernaculares. Exibe planta quadrangular, com dois pisos (sendo o piso térreo para fins comerciais e o primeiro andar para residência), vãos de lintel reto sem moldura saliente e escada com patamar moldurado.

Na Rua da Fonte existe uma casa com uma janela manuelina, a Casa do Escrivão da Câmara da Vila de Sortelha, uma casa quinhentista e um exemplar de arquitetura de equipamento, uma fonte de mergulho.
Nesta rua existe um edifício com função residencial, que exibe como particularidades uma janela manuelina, duas portas biseladas, a zona do lar (lareira com pavimento pétreo) e uma mísula de suporte de vasos. Possui dois pisos, planta retangular, telhado de três águas, escada exterior e vãos de lintel reto sem moldura saliente. A sua construção data do século XVI, tendo em conta a janela manuelina de arco conopial inciso e os vãos bise lados.

A Casa do Escrivão da Câmara da Vila de Sortelha é um imóvel atribuído ao século XVIII, mas alguns autores consideram a possibilidade da construção ser anterior. A habitação pertencia ao antigo escrivão da vila de Sortelha, da família Pina Ferraz. Edifício situado na Rua da Fonte, possui planta retangular composta e vãos de lintel reto sem moldura saliente. Um dos edifícios que compõem este conjunto possui três pisos e o outro possui apenas dois pisos. O piso térreo teria fins comerciais.

A denominada Casa Quinhentista é uma habitação atribuída aos finais do século XVI - princípios do século XVII, tendo em conta a existência de uma porta com moldura de meia cana. Apresenta influências classicistas pontuais, dois pisos, planta retangular, vãos de lintel recto sem moldura saliente e uma porta larga de moldura de meia cana. A escada é interior, assim como uma porta com lintel curvo. Só possui fenestrações na fachada principal. Entre as suas particularidades destacamos uma janela com conversadeiras, mesa em cantaria e a lareira com pavimento lajeado, construído sobre a rocha.

Localizada no início da Rua da Fonte, a Fonte de Mergulho data, possivelmente, de época medieval ou do século XVI. Apresenta um arco pleno, com cobertura interna em abóbada de berço e planta quadrada. Curiosamente, encontra-se semienterrada, sendo o seu acesso efetuado por degraus. Ao descer estas escadas encontra-se, do lado esquerdo, um túnel que liga este local ao exterior das muralhas. A fonte foi entaipada na primeira metade do século XX.

Localizado na Rua do Forno, próximo do castelo, encontra-se o antigo Forno Comunitário. A sua construção data de época medieval, com utilização em época moderna. Apresenta apenas um piso com planta retangular e duas portas de lintel recto, sem moldura. Recentemente sofreu remodelações que passaram pelo adossamento de um corpo exterior e a construção de um alpendre. Atualmente o edifício foi transformado em bar.

O conjunto constituído pela Casa das Almas e pelas construções anexas fica localizado entre o Largo do Pelourinho, a Rua da Fonte e a Rua do Forno. Corresponde a um conjunto de habitações populares, com dois pisos, sendo a sua construção atribuída aos séculos XIII-XIV, datação apoiada no achado de uma moeda de D. Dinis. A designação da habitação está relacionada com o pelourinho, onde eram executados os criminosos. A fachada principal do imóvel está virada para este lado. Apresenta vãos de lintel reto sem moldura, janelas com conversadeiras, armários encaixados nas paredes e reaproveitamento de elementos manuelinos numa das lareiras, nomeadamente uma base manuelina. O conjunto compreende três habitações e um palheiro. Também nestas se verifica uma diferenciação entre os dois pisos, sendo o piso térreo para fins comerciais. No palheiro, de um só compartimento, ainda é visível uma manjedoura em cantaria.

A Antiga Casa da Câmara e Cadeia fica situada no Largo do Pelourinho e a sua construção remonta ao século XVI, tendo em conta as armas manuelinas e a datação atribuída ao pelourinho. O edifício tem dois pisos, sendo o piso inferior a cadeia e o superior a Câmara. A planta é retangular simples, com dois compartimentos por piso. Os vãos são de lintel reto, sem moldura saliente. Curiosamente, o piso inferior é encravado na muralha. Em 1855 com a extinção do concelho de Sortelha, o edifício foi transformado em escola primária.
Na Rua Direita podemos observar a Casa do Governador do Concelho de Sortelha, a Residência Paroquial ou Passal e a Casa da Vila.

A Casa da Vila encontra-se rodeada pela muralha e por edifícios imponentes. A sua construção corresponde, possivelmente, ao século XVI-XVIII. Pelo facto de não possuir nenhum elemento que permita uma datação segura, esta é apenas uma datação aproximada.
Apresenta dois pisos, planta quadrangular e vãos de lintel reto sem moldura saliente. Numa das salas do interior existe uma janela com conversadeiras e um armário encaixado na parede.

A Residência Paroquial corresponde a um edifício de planta quadrangular, com dois pisos. Tendo sofrido remodelações em 1756, data gravada na porta principal, hipoteticamente, a sua construção é atribuída ao século XVI. OS vãos de lintel reto, sem moldura saliente, e os três armários embutidos na parede são, apenas, duas das características deste edifício. Foi residência paroquial, atestada pela presença de uma cruz de Malta.

A Casa do Governador do Concelho de Sortelha é atribuída aos séculos XV ou XVI, com ocupação posterior. Possui dois pisos e uma planta quadrangular e regular. A fachada principal apresenta cornija e vãos de lintel reto sem moldura, demonstrando influências classicistas. Destacamos ainda uma janela de sacada moldurada, com mísulas laterais, a diferenciação funcional dos pisos, sendo o inferior para lojas, que possuía uma cozinha com lareira e pavimento lajeado, bem como um armário embutido na parede e um nicho rematado por uma cruz. No quintal existe um poço.

A Casa do Juiz do Concelho de Sortelha ou Casa do Campanário, na Rua Dá Mesquita, data, possivelmente, do século XVI-XVII, tendo em conta as portas biseladas e a cantaria. A tradição oral defende que pertenceu ao Juiz do Concelho de Sortelha. Entre as suas particularidades destaca-se o reaproveitamento de duas colunas, a construção anexa de piso térreo e armários embutidos na parede.

Ainda nesta rua encontra-se a Casa Árabe, situada perto da Porta Falsa e da Torre do Facho. Em frente a esta encontra-se um Passo da Via-sacra. Construção atribuída ao século XIV, tendo em conta uma inscrição em gótico cursivo. Apresenta um só piso, de planta em L e regular, vãos de lintel reto sem moldura e uma inscrição no lintel: “Jhvs Ave Maria". Atualmente a casa serve para turismo.

A Casa do Vento Que Soa localiza-se entre a Rua da Fontinha e a Rua do Cofre, no perímetro interior das muralhas. De planta em U, possui dois pisos e a escadaria exterior com balcão alpendrado com duas colunas de capitel simples. A sua construção é enquadrada entre os séculos XVI-XVIII. Contudo, trata-se apenas de uma hipótese, dado que não existem elementos que permitam uma datação segura.

Também na Rua da Fontinha existe uma fonte. A Fonte da Azenha, possivelmente construída entre os séculos XVI e XVII, tem como características específicas o espaldar solto, a bica em forma de canal e o tanque retangular, escavado na rocha.

Situada no Largo de São Gens, no arrabalde, próximo do solar de Nossa Senhora da Conceição e da casa de Santo António, encontra-se a Casa de São Gens ou de São Genésio. O início da sua construção remonta a 1672, por iniciativa do mestre de campo António Ferreira Ferraz Castel-Branco, governador da comarca. Desta habitação faria parte a capela de São Gens. Corresponde a um solar seiscentista, com influência classicista. Habitação de dois pisos, planta quadrangular, cornija, escada externa que termina num balcão com alpendre, sustentado por três colunas toscanas. Possui ainda vãos de lintel reto sem moldura saliente, janelas de sacada que circundam o brasão. Entre as suas características particulares destacamos a inscrição que data a construção da habitação, a pedra de armas que foi picada, a capela em ruínas, um portal de lintel reto antes da entrada no alpendre e conversadeiras nas janelas.

No caminho da Devesa, no limite do arrabalde, localizam-se a Casa de Santo António, o Solar de Nossa Senhora da Conceição ou dos Correia e Costa e, integrado na cerca deste, a Casa dos Hóspedes de Nossa Senhora da Conceição. A Casa de Santo António apresenta dois pisos e uma planta em T. O edifício encontra-se em ruína, sem cobertura. Trata-se de um exemplar do século XVIII, embora o início da sua construção possa corresponder a época medieval ou ao século XVI (tendo em conta o arco ultrapassado). Sofreu influências classicistas, presentes na existência de pilastras e cornija, vãos de lintel reto com moldura saliente e a diferenciação de pisos. O edifício possui uma capela, na qual foi sepultado o fundador da habitação, num túmulo maneirista. Destacam-se, ainda, quatro janelas com avental recortado, com friso saliente no topo, janelas de sacada e um possível teto octogonal no salão nobre.

O espaço que o Solar de Nossa Senhora da Conceição ou dos Correia e Costa ocupa é dividido com outros edifícios, como a Casa dos Hóspedes e a Casa de Santo António. Integra também uma cerca e um chafariz do século XVIII. O edifício começou a ser construído a partir de 1400. No século XVII e XVIII sofreu remodelações. Corresponde a um solar com influências classicistas. Apresenta dois pisos, planta em L, cornija e varanda alpendrada com colunas toscanas e vãos de lintel reto sem moldura saliente. Destaca-se o salão nobre de teto octogonal, capela particular com teto de caixotões e uma pedra de armas no cunhal.

A Casa dos Hóspedes de Nossa Senhora da Conceição está integrada na cerca do solar de Nossa Senhora da Conceição. Apresenta uma planta em L, corpo quadrangular, vãos de lintel reto sem moldura saliente, fachada principal em cantaria com cornija, conversadeiras nas janelas e armários na caixa muraria. Nos cunhais das suas paredes existem pedras almofadadas, de proveniência romana. Esta habitação foi, possivelmente, construída nos séculos XVI-XVII, tendo em conta as características supra mencionadas, sofrendo influências vernaculares e classicistas. Desde a época da sua construção terá funcionado como hospedaria privada do solar.

Com uma localização rural, a Casa da Corredoura faz parte de uma quinta próxima do Arrabalde. O início da sua construção remonta a 1783, tendo sofrido remodelações no século XIX. Trata-se de uma casa solarenga, com influência vernacular e classicista tardia. Apresenta planta em L, dois pisos, cornija na fachada principal, conjugação de janelas simples com as de sacada, com e sem moldura lisa, balcão com alpendre e um pilar octogonal. Na quinta destacam-se a cavalariça e a adega.


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